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26-10-2005

Mais 100 no desemprego


Águeda

O Tribunal Judicial de Águeda decretou, na última segunda-feira, em Assembleia de Credores, a falência da Cardifil, empresa têxtil de Arrancada do Vouga, Águeda.

A partir de agora, ficam 103 pessoas no desemprego, informou o sindicato dos Trabalhadores do Sector Têxtil de Aveiro que, segundo a sua coordenadora, Leonilde Capela, já esperava este desfecho.

Prazos ultrapassados

A ultrapassagem dos prazos legais estabelecidos ditou a falência da empresa, se bem que a falta de bens imobiliários em garantia e a ausência de encomendas conduziram o Centro Regional de Segurança Social, principal credor, com créditos no valor de 1,2 milhões de euros, a discordar da recuperação, pelo que a proposta não reunia os créditos necessários.

Entre apupos e vários assobios, os administradores da Cardifil saíram em passo acelerado, enquanto que para trás ficou o gestor judicial, João Carlos, que explicou ao Jornal da Bairrada que “a medida de recuperação da empresa foi votada negativamente pelo Estado (Ministério das Finanças) e pela Segurança Social (principal credor)”. As Finanças são credoras de 178 mil euros.

João Carlos sublinhou ainda que “o plano de recuperação da empresa passava pela consolidação dos passivos durante 15 anos e o pagamento aos trabalhadores até aos cinco anos”.

Este responsável adiantou ainda que Procedimento Extrajudicial de Conciliação, interposto pelo gestor judicial não foi viabilizado pelo Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e ao Investimento (IAPMEI).

João Pereira, que deixou, a partir de agora, de ser o administrador judicial, escusou-se a ficar como gestor da massa falida, função para a qual foi nomeado Romão Nunes, mas disse ainda que a empresa não tem bens imobilizados, nem encomendas, o que, na sua opinião, “não deixa de ser um caso virgem”.

Falência esperada

Leonilde Capela, do sindicato, refere que a falência “era mais do que esperada e, para mais, se tivermos em conta de que os trabalhadores estavam sem fazer nada desde o dia 31 de Agosto”.

“Em Abril, o gestor judicial interpôs um pedido de Procedimento Extrajudicial de Conciliação ao IAPMEI, como forma de viabilizar a empresa, mas não foi aceite. A partir daqui deixamos de acreditar no futuro da empresa”, refere a sindicalista.

Agora, Leonilde Capela diz que “os trabalhadores têm que esperar, que seja publicada a falência no Diário da República, para depois poderem reclamar os créditos”, justificando que “o subsídio de desemprego demorará cerca de 60 dias a começar a ser pago”.

“Quem não reclamar os créditos não vai ter direito a nada. Ouviram bem. Não têm direito a nada”, alertou no final da Assembleia de Credores, Leonilde Capela. Enquanto que Catarina Fernandes, advogada do Sindicato, denunciou que “houve benefício de credores, fora do processo, nomeadamente de um funcionário que, através de ameaças, conseguiu que lhe pagassem os créditos todos”.

“Ora isto é um espelho do que poderá acontecer por detrás e reflectir-se na fuga de bens”, alertou a advogada.


Pedro Fontes da Costa
pedro@jb.pt

Números

2 Milhões e 788 mil euros é o valor total dívidas que a Cardifil tem perante dezenas de credores. O Centro Regional de Segurança Social é o maior credor com um milhão e 200 mil euros.

103 Trabalhadores ficam na rua, apesar de 20 já terem suspendido o trabalho devido aos ordenados em atraso. Agora estão todos em igualdade de circunstâncias.

Cronologia

20 de Março de 2005 - A Assembleia de Credores da Cardifil foi suspensa para que o seu gestor judicial interpusesse um pedido de Procedimento Extrajudicial de Conciliação, ao Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e ao Investimento (IAPMEI), como forma de viabilizar a empresa.

24 de Maio de 2005 - Os trabalhadores vão esperar mais quatro meses pela derradeira Assembleia de Credores que ditará o fecho ou não desta unidade têxtil já que foi aceite a entrada de um Procedimento Extrajudicial de Conciliação, ao Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e ao Investimento (IAPMEI), como forma de viabilizar a empresa.

1 de Agosto de 2005 - O gestor judicial pede aos trabalhadores para entrarem de férias antecipadamente e para as cumprirem na totalidade. Mandou-os regressar no dia 30 Agosto.

31 de Agosto - Os trabalhadores chegaram à empresa e bateram com o nariz na porta. Ficaram na rua todo o dia, a partir daqui nada mais fizeram.


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